Em setembro, a famosa iguaria odivelense obteve a classificação de produto de Indicação Geográfica Protegida da Comissão Europeia e a partir desse momento as “vendas dispararam”. A conclusão é do Jornal Público, que na edição desde domingo, dia 2 de janeiro, publica uma grande reportagem sobre a Marmelada de Odivelas.
A 19 de Setembro deste ano, a MBO conseguiu uma importante vitória ao ver aprovado pela Comissão Europeia (CE) o selo de Indicação Geográfica Protegida (IGP), que os produtores reclamavam há dois anos. O doce junta-se assim aos “1592 géneros alimentícios já protegidos, 154 dos quais são portugueses”, segundo a CE.
“É um doce obtido exclusivamente da cozedura do mesocarpo do marmelo com açúcar branco, água e sumo de limão. O mesocarpo de marmelo é de cor amarela a amarela claro, podendo ter tonalidades esverdeadas. É utilizado açúcar branco para permitir obter esta marmelada, de cor próxima do branco. O sumo de limão é utilizado para evitar a oxidação da polpa do marmelo”, destacava o Jornal Oficial da União Europeia, onde se indicava ainda que “todas as fases de transformação da marmelada branca de Odivelas têm lugar no interior da área delimitada, no concelho de Odivelas, distrito de Lisboa”.
Ana Monteiro, prioresa da Confraria da Marmelada de Odivelas (CMO), reforça que “Este selo é muito importante para nós, pois é uma forma de protegermos a receita original. A partir de agora, a MBO só pode mesmo ser produzida no concelho de Odivelas por produtores certificados”, salienta Ana Monteiro. Por outro lado, acrescenta, “vai permitir combater de forma mais eficaz a pirataria”: “Até já detectamos marmelada a dizer que é de Odivelas em estações de serviço na A1.”
Mas o selo da CE não será impresso nas embalagens do “manjar do amor”, como também chamam ao doce os produtores. Este mês de Janeiro, a associação empresarial local deverá avançar com uma inspecção aos actuais nove produtores, para verificar mais uma vez se eles estão realmente a fazer a receita original e só depois será atribuído o selo da União Europeia.
“Esperemos que esta atribuição permita também que os produtores comecem a fazer outras receitas conventuais do mosteiro, que são muito variadas e ricas. Por exemplo, pouca gente sabe que o verdadeiro pastel de nata nasceu no convento”, conta a prioresa da confraria.
Questionada sobre como adivinha o futuro da marmelada branca de Odivelas, responde rápido. “Será um futuro brilhante, como sempre foi. Ninguém faz marmelada como nós”, afirma, usando uma das frases promocionais da iguaria.Mas a atribuição do selo teve já resultados significativos. “Nunca contabilizámos quanta marmelada era feita por ano pelos nove produtores. Contabilizámos, porém, que desde a atribuição do selo a 19 Setembro até hoje foram vendidos 1200 quilos de marmelada”, revela Ana Monteiro.
Elsa Silva, uma das produtoras contactadas pelo Jornal Público, confessa que “Nunca vendi tanta marmelada”, esperando que “este selo permita que os produtores comecem a fazer outras receitas conventuais do mosteiro.
Criada em 2009, Confraria da Marmelada de Odivelas tem cerca de 130 confrades. Os confrades vestem o manto azul, bordado a dourado da CMO (as cores do município de Odivelas), ostentando o símbolo da associação: em cima, está a coroa do rei D. Diniz, logo abaixo surge um marmeleiro rodeado de sete flores de liz, tantas como as freguesias do município.
A reportagem pode ser lida na íntegra aqui: https://www.publico.pt/2023/01/01/local/reportagem/marmelada-odivelas-entrou-ue-manjar-deuses-ganhou-asas-2033243
parabéns pelo certificado aonde podemos encontrar obrigada